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A reforma tributária chegou … no marketing

Reprodução: Freepik.

Por Adriana Stamato 

A estratégia de marketing das empresas será também impactada pela reforma tributária. Você já tinha pensado nisso?

Em artigo anterior, falamos sobre a mudança da precificação, que é evidente em razão dos tributos que serão instituídos em substituição aos atuais.

Porém, outra mudança importante que não pode passar desapercebida é que os novos tributos terão a mesma base tributária, que é ampla, única e engloba todas as operações onerosas. O que isso quer dizer na prática? Que algumas estratégias comerciais devem ser revistas – por exemplo: se a empresa fazia a venda do produto, mas terceirizava a instalação, pode passar agora a oferecer a venda do produto já com a instalação incluída, porque a princípio, não deve haver ineficiência tributária, nem diferença de carga tributária. Se a empresa cedia um equipamento em comodato e vendia os consumíveis, terá que avaliar se é eficiente manter esse modelo – talvez possa valer mais a pena cobrar mensalmente um valor fixo, independentemente do consumo.

Vamos pensar em outras hipóteses? Investimentos em campanhas publicitárias que normalmente envolvem vultosas quantias passarão a dar direito a crédito de IBS e CBS (assumindo que de fato será observado o princípio da não cumulatividade plena). Isso permite abrir muitas portas em termos de veículos de divulgação e formas de anunciar os produtos, e até estruturar de uma maneira diferente o time de vendas – por exemplo, passando a ter mais representantes comerciais, já que hoje em dia a possibilidade de tomada de créditos de PIS e COFINS nesse tipo de contratação é limitada.

A reforma pode também permitir que novos modelos de negócios – como a parceria com outras empresas – possam ser viabilizados e ofertados de forma mais clara. Hoje em dia questões como a bitributação e/ou falta de clareza das regras acabam engessando esses formatos menos convencionais.

Para as empresas B2C – e também para as B2B – podem surgir questões do tipo: como funciona um programa de fidelidade dentro do IBS e CBS? Qual a vantagem se passar a vender meu produto em um modelo de “pay per use”? O que muda se eu passar a usar uma plataforma – brasileira ou estrangeira – para intermediar minhas vendas?

Para as startups e empresas de tecnologia – quais as necessidades e ‘dores’ que irão surgir com a reforma tributária que essas empresas podem tentar suprir? Novos aplicativos, ferramentas, funcionalidades?

Pare por um momento e imagine quantos novos negócios podem surgir. Não fique sozinho e convide a turma criativa do marketing para pensar junto com você quais as novas possibilidades – e, claro, desafios – que a reforma tributária trará.


Adriana Stamato é Sócia/Partner em Trench Rossi Watanabe


Os artigos escritos pelos “colunistas” não refletem necessariamente a opinião do Portal da Reforma Tributária. Os textos visam promover o debate sobre temas relevantes para o país.

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