
Por Gabriel Benevides, de Brasília
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizou nesta 4ª feira (27.ago.2025) uma reunião de sua equipe na semana que vem com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e os líderes da Casa. O objetivo é alinhar os detalhes da votação da reforma da renda entre os deputados.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer isentar do Imposto de Renda quem recebe até R$ 5 mil por mês a partir de 2026. Para compensar a perda de arrecadação, vai criar uma nova cobrança mínima para rendimentos a partir de R$ 600 mil ao ano.
“Ele ficou de marcar uma reunião com a Fazenda e os líderes para semana que vem para esclarecer as últimas dúvidas, qualquer dúvida que apareça, para encaminharmos ao Plenário. Mas eu senti firmeza. Senti que estamos bem”, declarou Haddad a jornalistas na portaria de seu ministério, em Brasília.
Questionado se já havia uma data específica para a votação, o chefe da equipe econômica respondeu que não. Apesar disso, indicou esperar uma aprovação do relatório do deputado federal Arthur Lira (PP-AL) com a mesma força que passou na comissão temática sobre o tema.
“Ele [Hugo] disse que o relatório do Lira chega com muita força no Plenário porque foi aprovado por unanimidade [na comissão]”, disse Haddad.
Parte dos deputados pretende fazer um esforço para emplacar mudanças no projeto de lei da reforma da renda (PL 1.087 de 2025). Em geral, querem mexer nas regras de compensação da isenção. Ou seja, querem aliviar a cobrança do imposto mínimo de 10%.
O ministro da Fazenda insistiu que as mudanças no IR precisam de uma medida compensatória. Para ele, é necessário ser fiscalmente neutra como a reforma do consumo.
“O presidente Hugo reafirmou o compromisso com um projeto equilibrado do ponto de vista fiscal. E isso é muito importante, porque não é só sobre isentar quem ganha menos”, declarou.
A expectativa é que a votação seja finalizada até o fim de setembro. Haddad já sinalizou querer finalizar a tramitação nesse prazo.
Entenda a reforma da renda
Lula quer isentar de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil ao mês (R$ 60 mil ao ano). É uma das promessas de campanha do petista.
Além disso, será criada uma tabela de tributação progressiva para os cidadãos que ganham entre R$ 5 mil e R$ 7 mil.
Para compensar as perdas com arrecadação, a ideia é fazer com que pessoas com renda maior paguem mais. A cobrança mínima será de 10% para algumas categorias de rendimento, com um regime escalonado para a faixa de R$ 600 mil a R$ 1,2 milhão.
Entenda os detalhes da reforma no infográfico abaixo:
